quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Diário #4 – PE: Despedida da Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga

Quase 30 dias de giro e chegamos ao final da Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga. Um dezembro inesquecível pelo Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Mas, antes de dar um ponto final na Caravana, segue o diário da nossa passagem pelo último estado que visitamos: Pernambuco.

Saindo de Pedra de Fogo (PB), no dia 20 de dezembro, chegamos em Carpina (PE), cidade do grande Mestre Solón e terra de vários outros mamulengueiros, como os mestres Saúba, Miro, Valdemar, Bibiu e João Galega. É terra também da brincante e dançarina Neide.

Chegamos em Carpina na busca por Mestre Saúba, sem dúvida um dos grandes brincantes e confeccionadores de bonecos da atualidade. Além de dançar com sua boneca Lindalva e de demonstrar conhecimento e um ótimo improviso com os bonecos, Mestre Saúba se destaca na construção de “mesas “ ou “casas de farinha”, com os mais diversos temas. Ao chegar em sua casa, não o encontramos, mas enquanto o esperávamos conhecemos o Palhaço Cacareco, que nos levou até o ateliê de Miro dos Bonecos, onde também encontramos Mestre João Galego. 

Miro é um grande artesão e vive da produção de suas peças junto com a família. Também dança com sua boneca e brinca mamulengo com o filho. No papo com Mestre João Galego, aos poucos ele começou a nos revelar versos e poesias, mostrando sua habilidade com improvisos e contando histórias de brincadeiras que ele fazia nos antigos “concursos de bonecos”, onde os mamulengueiros se apresentavam e recebiam nota pela brincadeira. 

Seguimos, então, para a Praça Mestre Solón, onde iríamos realizar a apresentação do dia. Para nossa surpresa, soubemos que nossa brincadeira seria a primeira. Enquanto corríamos para montar toldas e deixar tudo pronto, chega nosso querido amigo Bibiu e, em seguida, o esperado Mestre Saúba, com suas histórias de viagens e sonhos. 

Na hora de brincar, a tão aguardada chuva que ouvimos falar por toda a viagem chegou primeiro. Tivemos que abortar a apresentação e correr para um lugar que coubessem todos os amigos e público. Terminamos o dia na casa de Dona Benta, onde aconteceu uma grande confraternização com todos os bonequeiros, até o momento de partir para Glória de Goitá, nossa base de apoio para as outras cidades pernambucanas do nosso roteiro. 

No dia 21 de dezembro, nos apresentamos em Lagoa de Itaenga. Chegando lá, fomos à casa de Mestre Zé de Vina, ou simplesmente Zé do Rojão, como é conhecido na cidade. O mestre fez questão de nos receber e contar um pouco de sua brincadeira. Cantou loas e nos mostrou algumas figuras de seu Mamulengo. A brincadeira foi realizada na praça, sem divulgação prévia por parte da cidade, mas aos poucos o povo foi se aproximando e quando a brincadeira iniciou já havia um bom público. 

No dia 22 de dezembro, já em Glória de Goitá, fomos conhecer mais sobre o Museu do Mamulengo, onde ficamos hospedados. O Museu é mantido pela Associação de Artesões e Mamulengueiros. Um lugar muito especial, onde existe uma exposição permanente de bonecos de vários mestres e brincantes, bonecos para venda, confecção e apresentações. Conversamos com Edjane, que é a atual representante da Associação, e também Bel e Bila, que são brincantes e artesões. 

A apresentação em Glória de Goitá foi realizada justamente no Museu. Após a brincadeira do Mamulengo Sem Fronteiras, tivemos a alegria de receber por lá o Mestre Zé de Vina, que foi até o museu para nos ver e ainda brincou acompanhado de Bel, bonequeiro do Mamulengo Nova Geração. Zé de Vina veio acompanhado de Dona Zefa e do sanfoneiro Tonho Pé de Bode. Para melhorar ainda mais e tornar o dia inesquecível, no meio da brincadeira chega o mestre Zé Lopes, que nos presenteou com as músicas de seu repertório.

No dia 23 de dezembro, eis que chegamos em Olinda. Por lá, fomos direto  encontrar os amigos do grupo Bongar. Uma parceria que existe há mais de 15 anos, uma amizade que se perpetua com o tempo. Eles nos acolheram em suas casas e ainda abriram as portas do Centro Cultural Bongar, na Comunidade Xambá, para que pudéssemos nos apresentar. 

Foi uma brincadeira muito especial devido a toda história já construída pelo grupo em sua comunidade. Marileide Alves deu boas-vindas e tivemos, paralelamente, as duas brincadeiras do Mamulengo Sem Fronteiras e do Mamulengo Fuzuê juntas, intercalando o enredo de uma forma única que até mesmo nós, brincantes, ficamos surpresos com o resultado.

Na mesma noite, ainda tivemos a presença dos amigos Adiel Luna e de Rogê, que apareceu juntamente com nossa amiga Patrícia, que veio de Natal (RN), e também com nosso parceiro de luta Marquinho Silva, lá de Pedra de Fogo (PB). Todos juntos para comungar mais esse momento de celebração do Teatro de Bonecos Popular do Nordeste.

Queremos agradecer a todos os parceiros e parcerias que tornaram a Caravana Mamulengo do Cerrado Rumo a Caatinga possível. Levamos na mala, no coração e na alma grandes aprendizados e amizades. Somos gratos a cada pessoas que nos acolheu e a cada mestre e mestra que nos fizeram conhecer mais do mundo mágico do Teatro de Bonecos.

Axé para todos nesse novo ano que chega! Evoé Caravana de volta ao Cerrado e pronta para mais aventuras!!!

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Fotos: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes)















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sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Diário #3 – PB: Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga

Após passar pelo Ceará e Rio Grande do Norte, a Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga chegou ao seu terceiro estado de destino em terras nordestinas, a Paraíba, onde permanecemos entre os dias 15 e 19 de dezembro. Por lá, passamos por quatro localidades: Lagoa de Dentro, com Mestre Nildo; Sapé, com Mestre Severino Reis; João Pessoa, com as cias Boca de Cena e Quem Tem Boca é pra Gritar; e Pedras de Fogo, com Pedro do Mamulengo e Mestre Zé Pequeno.

Chegando em Lagoa de Dentro, encontramos com o amigo Artur, da Cia Boca de Cena. O grupo realiza um trabalho com os mestres locais a partir do projeto Benedito e João Redondo nas Ruas da Cidade. Artur nos levou até a casa do Mestre Nildo. A voz mansa e o olhar sereno do brincante aos poucos foi dando espaço para as traquinagens de seus babau. Nildo brinca acompanhado por dois irmãos, uma batendo pandeiro e outro tocando sanfona. 

Já no fim da tarde, iniciamos a montagem das toldas na praça do município. O público mantinha-se um pouco distante, mas assim que a brincadeira começou todos se aproximaram, surpreendendo o brincante Thiago Francisco ao final da brincadeira, ao ver  a quantidade de pessoas que acompanhavam e participava da apresentação. 

Passamos por Marí, onde realizamos uma entrevista na Rádio Araçá. Lá, encontramos Mestre Miro, uma figura que já faz parte da história da cidade, não só por seus babaus, mas também pela alegria, simpatia e singularidade. Miro fez questão de abrir a mala de bonecos que estava na garupa de sua bicicleta. Enquanto mostrava os bonecos, Mestre Miro nos contou histórias sobre os mestres que ele conviveu, entre eles Antônio do Babau. Ainda na rádio, conhecemos Hélio dos Bonecos, um dos brincantes da nova geração da cidade. 

Rumamos de Lagoa de Dentro para Sapé, onde nossos anfitriões da Cia Boca de Cena nos apresentaram Ana Almeida, professora da escola de artes e militante cultural da cidade. Ela nos recebeu muito bem em sua casa e ainda nos apresentou o Mestre Reis, acompanhou e articulou tudo para nossa brincadeira na Praça João Pessoa, futura “Praça do Babau”. A brincadeira iniciou com o Mamulengo Sem Fronteiras, contando com a presença de Mestre Miro, do pessoal da Rádio Araçá, do grupo Boca de Cena e de Mestre Reis, que mais tarde continuou a brincadeira com a praça lotada. 

Na saída de Sapé para capital João Pessoa, aproveitamos para fazer uma visita ao memorial Augusto dos Anjos. Depois de vários dias em cidades pequenas, o caos das metrópoles assustou um pouco, mas continuamos felizes e seguimos para o Teatro/Pousada Lima Penante, da Universidade Federal da Paraíba, bem no centro da Cidada. Ficamos hospedados lá e a tão sonhada chuva que não chegava no sertão  deu às caras no litoral com força muita força. Por conta da chuva, cancelamos a apresentação de sábado e brincamos só no domingo. 

No domingo, bem cedo, cedo seguimos para pedir a bênção à Rainha do Mar e seguimos para o espaço Tamarindeira, onde aconteceu as apresentações. Os anfitriões da Cia Boca de Cena abriram a noite e, logo depois, foi a vez do Mamulengo Sem Fronteiras. Passamos uma noite muito especial. Conhecemos a cidade, fizemos novos amigos e reencontramos antigas amizades. Ficamos até tarde botando o papo em dia, com o coração cheio de alegria e gratidão pelo o apoio dos amigos das Cia Boca de Cena e Quem Tem Boca é pra Gritar. 

Nosso último destino na Paraíba foi Pedras de Fogo. Quem nos recebeu por lá foi o Pedro, brincante e rabequeiro que nos levou direto para a casa do Mestre Zé Pequeno. Ao chegarmos em seu estabelecimento, a sensação é que tínhamos voltado no tempo. Vários produtos antigos, garrafas empoeiradas e cachaças muito antigas. Foi nesse cenário que o mestre, com toda sua timidez, abriu a mala e mostrou um pouco de seus bonecos. 

A Cidade de Pedra de Fogo localiza-se já na fronteira com Pernambuco e o local escolhido para nossa brincadeira foi a Praça Nossa Senhora da Conceição, localizada exatamente na linha que divide os dois estados, de um lado Pedra de Fogo (PB) e do outro Itajá (PE). Para abrilhantar o fim da jornada na Paraíba, tivemos o presente de ver Mestre Zé Pequeno nos bonecos e Pedro do Muganga na rabeca iniciando a noite de brincadeiras. Em seguida, o Mamulengo Fuzuê encerrou a linda noite.

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Fotos: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) 

















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domingo, 18 de dezembro de 2016

Diário #2 - RN: Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga

Depois de sair de Taguatinga, atravessar Cerrados e Caatingas da Bahia e passar uma semana inesquecível em terras cearenses, a Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga chegou no Rio Grande do Norte. Ficamos por lá entre os dias 8 e 14 de dezembro. Passamos por Mossoró, Natal, Itajá e Carnaúba dos Dantas, sempre visitando e convivendo com nossos mestres e mestras e suas comunidades, apresentando mamulengo junto com os brincantes locais.

Nossa primeira parada foi em Mossoró. Uma passagem rápida, porém muito proveitosa. Antes da brincadeira, paramos para uma entrevista na TV TCM, onde falamos um pouco sobre a caravana e o mamulengo que conecta o Cerrado e a Caatinga. Nos apresentamos na Praça da Resistência, em uma brincadeira com a presença de nossa anfitriã Vânia e a participação do Grupo Pão Doce. Ainda tivemos a alegria de encontrar com Toinho e Genilda, brincantes de João Redondo da nova geração da cidade.

Em seguida, seguimos para Itajá, na querida comunidade de Acauã. Reencontramos os amigos Josivan, Daniel e Toinho, filhos do Mestre Chico de Daniel, e suas famílias. Tivemos também a companhia de Chicó, brincante de João Redondo e artesão que também tem como referência o trabalho do mestre. Passamos uma tarde de conversas e brincadeiras, relembrando a história e trajetória do Mestre Chico de Daniel e as andanças dele e dos filhos pelo Brasil.

Nas caminhadas entre as visitas às casas dos filhos de Daniel, íamos convidando a comunidade pessoalmente. No fim da tarde, o povo todo já começava a chegar na quadra que fica bem no centro da Vila de Acauã. O trio de forró abriu a noite e deu ritmo e vida às brincadeiras do Mamulengo Fuzuê, Sem Fronteiras, Josivan e Daniel e Chicó. O público formado por moradores de todas as idades acompanhou todas as brincadeira com grande entusiasmo e encantamento.

Beirando o dia 12/12, chegamos em Natal, capital conhecida por suas belas praias e um mundo cultural muito abundante. Natal foi escolhida por ter parceiros e mestres bonequeiros como o Raul do Mamulengo e Danúbio, ativista cultural do grupo Pau e Lata e professor universitário. A primeira brincadeira aconteceu na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em frente ao Núcleo de Arte e Cultura no Centro de Convivência. Em seguida, voltamos para a vila de Ponta Negra, onde estávamos hospedados.

A Vila de Ponta Negra é um lugar ímpar em Natal, símbolo de resistência, onde se concentra uma grande quantidade de manifestações populares, como cantadores de coco, pastoril e Boi de Reis. Por isso, a convite de nosso amigo anfitrião, resolvemos fazer uma brincadeira extra na praça da Vila, em frente à igreja e próximo à Associação de Moradores, que nos apoiou com a estrutura. Valeu cada minuto!

De Natal, seguimos para Carnaúba dos Dantas, município localizada no sertão do Siridó Carnaúba e conhecida por fazer parte de um polo mineração e cerâmica. Fomos recebidos por um grande guerrilheiro cultural, o brincante e ativista Junio Santos. Ele nos apresentou a cidade e, junto com Cacá e Wagner do coletivo Palhaçaria, articulou nossa estadia e alimentação na cidade e ainda nos levou até a querida Mestra Dadi, que tanto queríamos conhecer.

Ficamos hospedados em uma casa aconchegante, em um pequeno sítio em meio às grandes serras. O local chama a atenção por possuir um castelo em meio ao sertão e serviu, inclusive, para a gravação do filme O homem que desafiou o Diabo. Contamos ainda com o apoio de Gilson, que nos recebeu na casa de sua mãe, onde conversamos um pouco sobre a história da cidade, tomamos café da manhã e almoçamos.

É justamente na encantadora Carnaúba dos Dantas que mora a calungueira, poeta, mulher de fibra e guerreira Dona Dadi. Além de ter um coração enorme e encantador, a mestra é conhecida por se a mulher de mais idade a brincar e fazer seus próprios bonecos, desafiando o marido e o que mais vier. Vimos isso quando chegamos em sua casa e passamos horas de risos e histórias sobre Baltazar e seus bonecos companheiros de mala.

Com o coração cheio de alegria, fomos para a praça Dantas, para fazer a apresentação. Dona Dadi nos presenteou com sua presença no público e a praça logo se encheu. Esperamos a missa terminar para começar.

A noite iniciou com apresentação de Wagner, o palhaço Mingau do Coletivo Palhaçaria. Ele se apresentou junto com mais duas crianças que participam das ações do grupo. Mingau brincou com a plateia, fez cenas tradicionais de palhaços, cantou e encantou, acompanhado de nosso trio de tocadores. Na sequência, o Mamulengo Sem Fronteiras iniciou a brincadeira.

Na manhã seguinte, com alguns pingos de chuva e um café reforçado na casa da anfitriã Dona Irene, nos despedimos do Rio Grande do Norte, cheios de contentamento e novas amizades semeadas nessa maravilhosa terra.

Agora, seguimos para a Paraíba. Aguardem os próximos diários que a Caravana não para. 


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segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Diário #1 - Ceará: Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga

A Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Caatinga saiu de Taguatinga (DF), nossa amada terra cerratense, no dia 28 de dezembro, rumando ao Ceará. Na estrada, os grupos brasilienses Mamulengo Sem Fronteiras e o convidado Mamulengo Fuzuê. Muitas surpresas e encantos da Mãe Natureza e de sua gente. O Cerrado virando Caatinga e nossos corações se enchendo de alegria para reconhecer e reencontrar as raízes de nossa tradição.

A primeira parada foi na Bahia, estado onde nasceram parte dos brincantes do Sem Fronteiras Walter Cedro, Bião e Wagner Nascimento. Nas caatingas baianas, conhecemos o Brejão da Gruta, em Morro do Chapéu, linda comunidade remanescente de quilombo que vive nos arredores de uma gruta que "tem pra mais de 6 léguas de comprimento pra dentro" (João Santos, morador). É também dentro da gruta que as pessoas se casam e celebram uma missa anual. Lugar encantador com segredos e sagrados, histórias fantasticamente reais repassadas pela oralidade do nosso povo.

Após pedir a benção aos parentes Ourolândia e Pindobaçu, a Caravana seguiu para Juazeiro do Norte (CE), sendo também abençoada por Padre Cícero, logo na chegada. Lá, passamos três dias de aprendizados e convivências com o Mestre Carlinhos Babau (Carlos Gomide ou simplesmente Seu Carlos, em Juazeiro), do Carroça de Mamulengos. Grande referência para a brincadeira dos bonecos no Cerrado.

Tivemos a alegria de brincar na Praça Nossa Senhora da Conceição, no Bairro João Cabral, lugar onde a comunidade e a família Carroça de Mamulengos plantou árvores e fez florescer sonhos. Dentre eles, o de Edvan da Cia Tê-te-Rê-rê-Tê-te, que junto com Babau, Seu Nena e Zé Newton nos receberam muito bem. Edvan se apresentou com a União dos Artistas da Terra da Mãe de Deus, seguindo conosco (Sem Fronteiras e Fuzuê). 

De Juazeiro, fomos para Fortaleza, subindo a caatinga da Serra do Araripe. Nossa recepção foi no espaço do Grupo Formosura de Teatro Bonecos, onde participamos da roda de bate-papo com a Rede Cearense de Teatro de Bonecos. Logo em seguida, realizamos apresentação com a presença de amigos e da comunidade local. 

Abastecidos de histórias, amizades e carinho compartilhados, saímos em direção a Aracati, cidade bonita de povo receptivo. Em nossa espera estava o amigo Chico Izidório, ator de teatro de rua e militante cultural. Ficamos hospedados na sede do partido PCdoB e seguimos para apresentação na Praça da Esperança da Comunidade de São Chico, a 30 km do centro da cidade. A praça foi construída pela própria comunidade, que nos recebeu com alegria e com a presença do querido Mestre Cherim, em apresentação conjunta com o Mamulengo Fuzuê. 

De lá, bonecos na mala, corremos para a Comunidade do Cumbe, local de residência do Mestre Cherim, vila de pescadores e criadores de camarão. Quando chegamos, as crianças já estavam esperando prontas e o forró já tinha começado. O povo entrou no clima e a brincadeira comeu solta, com apresentação do Mamulengo Sem Fronteiras e Mestre Cherim com seus bonecos modernos, cantadores e encantadores. 

Com olhos cheios de lágrimas e coração apertado, rumamos de volta ao centro da cidade. No meio do caminho, tinha até blitz policial nos desejando Boa Viagem. No dia seguinte, nos despedimos dos amigos recém-conhecidos da padaria com a promessa de voltar. 

Partimos para Icapuí, última parada no Ceará, onde ficamos hospedados na casa de Junio Santos, guerrilheiro cultural da região e do mundo. Ao chegar por lá, os bonecos se juntaram para celebrar a vida e comungar esse momento especial. Mamulengo Sem Fronteiras, Calungas do Cumbe, Mestre Gilberto Calungueiro é Thiago Francisco (Fuzuê) em uma noite muito estrelada na comunidade Berimbau, lugar de praias lindas e salinas.

E, assim, continuamos. Ainda tem Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. Logo mais tem novidade! Evoé Caravana!!

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Fotos: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes)






 









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