Saindo das terras goianas, a
Caravana Mamulengos do Cerrado seguiu rumo a Tocantins, último estado a ser visitado nessa temporada de 2015. No caminho, encontramos na cidade de Alvorada (GO) o avô do nosso sanfoneiro Keijim do Acordeon, nascido em 1901. Um bonito encontro para firmar mais ainda a certeza do caminho ancestral pelas veredas da tradição. Em Gurupi, nos apresentamos na Feira da Amizade e, de lá, pé na estrada pela BR 153 ( Belém /Brasilia), até a cidade de Alianças. No caminho, vimos que o cerrado já não faz mais parte de boa parte da paisagem. Nossa amada mata padece em muitas regiões e, não à toa, a Caravana Mamulengos do Cerrado vai percorrendo os interiores para anunciar o cuidado com a Mãe Terra que nos acolhe, para anunciar que o Cerrado precisa ficar de pé e precisa de nós.
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
Dia 27, segundo pouso em Tocantins: Brejinho de Nazaré. A cidade é banhada pelo Rio Tocantins, onde, em dia de domingo, sua orla de transforma na praia da cidade. Pedimos bênção à Santa Teresina, onde a Caravana se apresentou. De lá, logo cedo seguimos para Porto Nacional, onde fomos recebidos pelo mestre e amigo Marcio Bello, do Ponto de Cultura Tambores do Tocantins. Depois de desfrutar da linda catedral do centro histórico, rumamos à periferia, onde fica o ponto de cultura, num prédio próximo a cajueiros, construído por recursos próprios e que abriga vários programas do município, como CRAS e posto médico. A apresentação em Porto Nacional foi na Escola Pedro Lodovico, para um público de cerca de 500 estudantes, entre eles 14 jovens grávidas, com menos de 17 anos. É a Caravana descobrindo as belezas do caminho e também os enfrentamentos sociais que precisamos refletir.
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
Com a alma em tom de despedida, a Caravana seguiu para Taguaruçu, em Palmas. Chegamos mais à noite, com uma breve chuvinha para lavar as serras que estavam queimando há mais de dois dias. Demos graças! Nosso anfitrião por lá foi Tato, do Ponto de Cultura Casa de Caboclo, onde tivemos a bela surpresa de reencontrar a amiga Ester e sua filha Catarina. No dia 29, pela manhã, acordamos com as notas musicais do som da chuva que caia em no telhado, muito felizes pelas águas, porém apreensivos com o espetáculo. O café da manhã foi servido em um lugar mágico, na Aldeia Taboka, dos anfitriões Enes e o grande mestre Wertenberg. As prosas e aprendizados foram até depois do almoço, com mais chuva. Seguimos para os preparativos da apresentação e saímos para divulgar nas escolas da cidade. Exatamentem às 18h40, vinte minutos antes da brincadeira começar, a chuva parou. Viva!! E a caravana seguiu para o Teatro do Arenas da Praça Central de Taguaruçu, conhecido como Redondo. Brincadeira realizada com o frescor das águas.
Com essa última apresentação em solo tocantinense, finalizamos Caravana Mamulengos do Cerrado 2015. Foram mais de 4.000 km percorridos, com amigos brincantes, produtores, comunicadores, palhaços, músicos, fotógrafos e tantos outros que vieram, que foram e que ficaram no trajeto. De cada um dos lugares que visitamos, muitos aprendizados levamos. Levamos também muitas saudades e muitas reflexões sobre os modos de vida, as tradições, o povo e a realidade socioambiental das nossas matas cerratenses. E um sentimento claro bate no peito: queremos voltar!
Adeus me povo, o mamulengovai partir,
vai levando muita saudades
da alegria que sentiu,
adeus adeus...
Evoé!!!
Clique aqui e confira todas as fotos da Caravana. Veja também o Diário de Bordo de toda a travessia:
Diário 1 (MG);
Diário 2 (MG);
Diário 3 (GO).
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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Foto: Alexandre Almeida (Janela Aberta Filmes) |
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