Dib Carneiro Neto
9 de fevereiro de 2018
9 de fevereiro de 2018
Ocorreu no mês passado, entre os dias 10 e 19, a 14ª edição do FESTIVAL EM JANEIRO TEATRO PARA CRIANÇAS É O MAIOR BARATO, pensado, organizado, realizado, produzido e promovido pela Cia. Fábrica de Sonhos, grupo teatral rio-pretense que este ano completa 20 anos de trajetória. De fato, foi “o maior barato”. Uma verdadeira maratona de 30 espetáculos para todas as idades (incluindo o de abertura), com uma diversidade de linguagens e propostas de se tirar o chapéu.
AS AVENTURAS DE BALTAZAR NO REINO DOS MAMULENGOS. Mamulengo Sem Fronteiras (Brasília – DF).
Esse grupo de mamulengueiros de Brasília existe há 20 anos. Usa bonecos feitos em Pernambuco há mais de 50 anos de madeira mulungu. Seus espetáculos, segundo eles mesmo dizem, são metade bonecos metade músicas. Dão valor para a trilha tanto quanto para a manipulação dos mamulengos. E, assim, tudo flui com muita graça, ritmo e harmonia, como eu pude felizmente constatar nesse festival de atrações tão diversas. Walter Cedro é o bonequeiro-brincante, que cuida sozinho – e com muita competência – de toda a manipulação/animação/interpretação. Os músicos são Bião Cedro, Beirão neves e Wagner Nascimento, que misturam rock com xote, baião e forró, contagiando a todos. A ação se refere às histórias da terra de São Saruê, um lugar onde os bonecos criam vida e se transformam em heróis, guerreiros e amantes. O enredo é atrevido, ousado, porque brinca, na rua, com vários tipos de autoridades, ridicularizando, por exemplo, padres e policiais. O capeta fez a festa no calçadão de Rio Preto. Num tempo de retrocessos comportamentais como o de hoje, isso é ultranecessário, pois o teatro de rua tem essa força para questionar poderes, debochar de instituições, quebrar protocolos. – sem fronteiras, como está no nome do grupo. Grande sacada é estimular a plateia a participar da sonoplastia, na cena do nascimento do protagonista. O grupo distribui apitos e chocalhos, além de ensinar a fazer barulho de chuva com os dedos. Vira uma participação saudável e criativa, uma comunhão entre público e artistas. Fiquei impressionado pelo prólogo, que começa com o infalível “Era uma vez…” e tem uma linda explicação sobre o que é teatro: “Teatro é assim: as pessoas só acreditam em você, se você olhar nos olhos delas.” Pronto, eis a chave do teatro de rua. Olho no olho. Parabéns, mamulengueiros brasilienses.
Todas as criticas do espetáculos do Festival no sate: http://www.pecinhaeavovozinha.com.br/rio-preto-14-festival-e-o-maior-barato/
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