quarta-feira, 16 de maio de 2018

Grupos de teatro fortalecem a criação autoral da cidade

Grupos de teatro fortalecem a criação autoral da cidade

Companhias teatrais se espalham com produções próprias por diversas regiões do Distrito
Federal
Reconhecido por ser, em sua essência, uma arte coletiva, o teatro transita entre diferentes estéticas e formas de se expressar. Entre as inúmeras possibilidades, o trabalho se mistura entre a produção de grandes companhias, montagens individuais, seleções de elenco e o teatro de grupo, gênero que se fortaleceu e conquistou grande espaço na capital.
A organização formada por um núcleo de artistas que se unem em prol de um mesmo projeto estético e ideológico transformou-se na principal força motora da criação cênica em Brasília. Os grupos ganham espaço entre as salas de espetáculo, mostras e festivais, além de movimentar a cultura em regiões menos centrais.

Grande parte das produções é autoral e criada a partir da autoprodução, com divisão interna dos trabalhos como o de escrita, montagem, iluminação e interpretação. Grupos como o H2O, do Recanto das Emas, tomam para si a responsabilidade de fomentar a produção cultural.

Além de criar espetáculos próprios e transformar espaços da região em movimentados palcos e pontos de cultura, o H2O organiza o  Festival Nacional de Teatro de Bolso do DF.

Ator e produtor do grupo, Kacus Martins conta que a ideia é atrair um público maior e mais diverso para as cidades-satélites. Para o grupo, isso representa a autonomia criativa das cidades que estão na periferia de Brasília e dos teatros de bolso.

O festival foi criado para fortalecer e valorizar a produção teatral das RAs, feita, essencialmente, pelos grupos locais. “Queremos trabalhar na comunidade, oferecer oficinas gratuitas para formar novos artistas e aproveitar sempre a mão de obra da comunidade nos espetáculos como, por exemplo, costureiras, pintores, artistas plásticos e carpinteiros”, destaca o diretor.

 “Nesses lugares, moradores, escolas e outras linguagens artísticas se integram, transformando as sedes em espaço público e comunitário”, afirma.

Convidados nacionais

É o caso do Espaço Semente, sede da cia. de teatro homônima, no Gama, que iniciou os trabalhos em 2007. Além da rica produção teatral, como a recente montagem de Macunaíma, que se estendeu por diferentes temporadas no DF, o grupo tem o  próprio festival, convidando espetáculos da Bahia e de Goiás.

“Quando a centralização cultural é muito forte, aqueles que estão à margem, nas periferias, ficam sem voz, por isso a iniciativa desses grupos é tão importante”, destaca Valdeci Moreira, diretor e um dos criadores do Semente.

Luciano Czar, diretor e um dos fundadores da trupe Por um fio, que surgiu em 2009 em Planaltina, conta que percebeu um aumento de espectadores de outras regiões com o crescimento dos trabalhos da companhia. “Vejo muita gente saindo do Plano Piloto e de outros lugares para assistir aos espetáculos aqui em Planaltina e isso é muito bom. Aqui no DF quase todo o trabalho é produzido pelos grupos”, destaca.

Diversidade 

No palco, os artistas criam uma mistura entre teatro, formas animadas, circo e hip-hop, expandindo ainda mais o alcance das narrativas contadas em cena. A pluralidade de linguagens permite que um público mais diverso frequente as apresentações.Enquanto isso, no Plano Piloto, também é possível acompanhar uma profusão de estéticas que ocupam os palcos da cidade.

Os jovens intérpretes e criadores do grupo Tripé investiram no formato de grupo para dar início à carreira antes mesmo de conseguir se inserir no mercado. A inserção veio justamente pelo alcance dos trabalhos produzidos, que conquistam prêmios teatrais na cidade a cada nova montagem e pela qualidade e inovação que o coletivo busca implementar nos projetos. Destacam-se os trabalhos da cia. Plágio, com mais de 10 anos de circulação, e da Agrupação Teatral Amacaca, liderada pelo icônico Hugo Rodas.
Ou mesmo o provocativo grupo Liquidificador, que mistura diferentes linguagens e experimenta novos formatos de dialogar com o público. Em 2018, eles se uniram ao Novos Candangos e ao Sai (Setor de Áreas Isoladas) para expandir a produção e conquistar um espaço próprio, o coletivo Janela.

No Celeiro das Antas, criado em 1991, o principal foco dos artistas é investir na pesquisa e buscar de uma linguagem própria, e o Celeiro promove, durante todo o mês de maio, uma ocupação teatral na Funarte.

A diversidade se complementa com grupos como a cia. Os Buritis, que investe, desde 1995, na circulação de espetáculos e no teatro que se lança à estrada com foco na tradição popular de diferentes culturas. 



Conheça alguns grupos do DF

Plano Piloto
» Cia. Burlesca
» Cia. Plágio de teatro
» Grupo Cena
» Agrupação Teatral Amacaca
» Grupo Andaime
» NoAto
» Liquidificador
» Cia. Infiltrados teatro de ocupação
» Cia. Casa de Ferreiro
» Grupo Tripé
» Coletivo Columna
» Os Buriti
» Cia. Lumiato de formas animadas
» Projeto Pés
» Trupe de Argonautas
» Cia. da Ilusão
» Teatro do Instante
» Andaime cia. de teatro

Outras regiões administrativas

» Arte & Cena – Sobradinho
» H2O – Recanto das Emas
» Grupo depois das Cinco – Arniqueiras
» Trupe por um Fio – Planaltina
» Cia. Semente de teatro – Gama
» Mamulengo Fuzuê – Samambaia
» Mamulengo Sem Fronteiras- Taguatinga
» Ohana teatral – Fercal
» Cutucart – Cruzeiro
» Nutra teatro – Samambaia
» O Pueblo cio da arte - Paranoá

Infantil

» Mapati – Asa Norte
» Neia e Nando – Asa Sul
» Trupe Trabalhe essa ideia – Asa Norte
» Coletivo Antônia
» Grupos de comédia
» Os melhores do mundo
» Cia. de comédia Setebelos
» G7 cia. de comédia
» Cia. 4 homens e meio

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