terça-feira, 14 de agosto de 2018

Diário #1 - Mato Grosso: Caravana Mamulengos do Cerrado Rumo à Floresta

TANGARÁ DA SERRA

No dia 1º de agosto, partimos de Taguatinga (DF) rumo à floresta. Nossa primeira parada: Mato Grosso. Foram muitos quilômetros de estradas e alegria. O Cerrado, mostrando sua beleza com vários ipês floridos, e uma mistura de cores fizeram com que a viajem ficasse mais bela.

Infelizmente, nem só beleza vimos pelo cerrado. Depois da divisa dos estados de Goiás e Mato Grosso, a paisagem se modificou e a mata foi dando lugar para plantações de soja e pastagem de gado. No meio de tudo isso, algumas aldeias indígenas disputando seus territórios com os empresários da monocultura.

Mas, a natureza é forte. Logo à frente, ela nos mostrou que estava ali, firme. Chegamos na Chapada dos Guimarães com toda a sua beleza. A primeira parada foi no mirante do Centro Geodésico da América do Sul, a 1.600 quilômetros do Oceano Pacífico e do Atlântico, com uma vista maravilhosa. Logo depois, seguimos para a cidade de Chapada, onde almoçamos e seguimos nossa rota rumo a Tangará da Serra, onde fomos recebidos por nossa amiga e parceira Joeli Siqueira, do Grupo de Teatro Grutta e Grupo de Dança Os de Fora.

No dia seguinte, 3 de agosto, às 9h da manhã, abrimos o festival de culturas populares com a nossa primeira apresentação para alunos da rede pública de ensino, que teve repeteco às 15h. Para finalizar o dia, às 19h30 abrimos as portas do Centro de Cultura para receber a comunidade. Casa lotada e mais uma linda apresentação, seguida de um bate-papo com os alunos de teatro e da escola Ernesto Che Guevara.



CUIABÁ

No dia 5 de agosto, domingo, chegamos na Cidade de Cuiabá. Para a nossa sorte, o clima estava muito bom, por volta de 28 graus, que é quase um milagre em Cuiabá, nessa época do ano. Fomos recebidos pelo subsecretário de Cultura do município, que nos levou para um jantar e um bate-papo sobre a cultura local.

Na segunda, a caravana partiu para o local da apresentação, um parque urbano localizado no centro da cidade, onde acontecem vários eventos. Na hora da montagem, foram chegando os amigos e parceiros para abrilhantar mais ainda a brincadeira, que aconteceu por volta das 18h, com um público lindo e participativo, que no fim do espetáculo veio nos parabenizar pela apresentação.

Virada a noite, seguimos no outro dia, fomos convidados para apresentar em uma escola pública que trabalha com ensino integral e ensino especial, a Escola Estadual José de Mesquita. A apresentação aconteceu na quadra de esporte, com a participação de duas alunas como intérpretes de libras, linguagem que faz parte do currículo da escola. Assim, realizamos essa inesperada e muito alegre apresentação em Cuiabá.



SANTO ANTÔNIO DE LEVEGER

No dia 08 de agosto, seguindo o Rio Cuiabá, chegamos na cidade de Santo Antônio de Leveger. À nossa espera estava o mestre artesão Alcides Ribeiro, conhecido por levar a cultura da viola de cocho para todo o mundo. Alcides nos levou para conhecer uma parte do majestoso Rio Cuiabá e suas lendas e histórias. Depois de um café e um bate-papo, seguimos para o local da apresentação, Escola Dr. Hermes Rodrigues de Alcântara, um lindo espaço de 62 anos onde, no turno da noite, estudam jovens e adultos.

Por lá, as brincadeiras duraram muito mais do que esperávamos. Foram momentos de muitas risadas, participação e alegrias para nós, brincantes, e para público presente. Depois da apresentação, junto com os alunos, professores, direção e mestre Alcides Ribeiro, tivemos uma boa prosa sobre a valorização das culturas populares e tradicionais do Brasil e sobre o reconhecimento do Mamulengo e da Viola de Cocho como patrimônios culturais do país, pelo IPHAN.

Para finalizar a noite com chave de ouro, fomos convidados para comer um peixe na beira do rio e continuar a conversa que se estendeu até tarde da noite. Depois de muitas risadas e histórias, fomos descansar e nos preparar para a última apresentação da caravana no Sesc Pantanal da cidade de Poconé.



POCONÉ

Passados alguns quilômetros de Cuiabá, chegamos em Poconé, cidade conhecida por ser o portal do Pantanal mato-grossense e também por ter várias mineradoras buscando o ouro enterrado em suas entranhas. Uma cidade pequena, com muitas histórias de luta e resistência do Padre Joaquim, espanhol que fez uma revolução em prol da cidade, construindo vilas, hospital e até mesmo abrigo para menores. O corpo de Padre Joaquim foi enterrado no altar da Igreja Matriz, sendo adorado por muitos.

No dia 9 de agosto, depois de andar, fazer amizades e conhecer uma pouco mais da cidade e suas histórias, partimos para o Hotel Sesc Porto Cerrado, que integra o SESC Pantanal, banhado pelo Rio Cuiabá e vários outros afluentes. O hotel fica por volta de 45 km da cidade, conhecido por ser um porto cercado pela maior reserva particular do país. Uma estrutura de encher os olhos, com natureza bem preservada e uma diversidade de animais silvestre espalhados por todos os lados.

Seguimos e voltamos para a cidade, onde seria nossa apresentação. Chegamos já com algumas crianças fazendo suas atividades de lazer. À nossa espera estava a Josenira, responsável pela parte cultural da unidade e parceira da caravana. Com tudo montado, a sanfona começou a tocar, para alegria do diretor, que é alagoano pode relembrar uma pouco do seu estado. Os bonecos subiram e a brincadeira começou. O público era pequeno, porém participativo. Ao longo dos 45 minutos compartilhamos muitas com um gostinho de até breve.



LOGO MAIS... RELATOS DE RONDÔNIA

E foi assim que a caravana saiu do Cerrado, passou pelo Pantanal e finalizou sua passagem por Mato Grosso. Agora, seguimos nos preparativos e para o estado de Rondônia. Por lá, nossa primeira parada é na cidade de Vilhena. Evoé Mamulengos do Cerrado Rumo à Floresta e seus encantamentos...

Um comentário:

  1. Parabéns vcs merecem! E levam alegria e cultura a todos e todos lugares onde passam .Desejo muita Sabedoria PR vcs q Deus proteja sua equipe

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